O proprietário do terreno da Rua São Paulo que já foi ocupado pelo Jornal de Santa Catarina e originalmente abrigou a fábrica de chapéus Nelsa pediu autorização da prefeitura para demolir a fachada do prédio que foi atingido por um incêndio em 2019. No pedido foram anexados três laudos de diferentes empresas que recomendam a demolição por falta de segurança aos pedestres e aos condutores de veículos que passam pela Rua São Paulo.
O prédio foi construído na década de 1940 e é classificado como de interesse cultural pela prefeitura. Por isso, o pedido de demolição tem que ser avaliado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural Edificado (Cope). A avaliação estava na pauta da reunião de março, mas foi retirada pelo proprietário que alegou problemas pessoais e não poderia acompanhar o encontro.
O proprietário do imóvel já havia entrado com um processo na prefeitura para construir uma espécie de boulevard gastronômico no local. A ideia inicial era aproveitar a fachada remanescente, dando destaque aos arcos e à história da edificação.
O empreendedor disse que com o tempo percebeu a deterioração do material que dá sustentação à fachada e por isso contratou três empresas que emitiram os laudos técnicos. Hoje há no local andaimes dos dois lados da parede que ajudam a dar sustentação, mas, segundo o proprietário, não seriam suficientes para impedir a deterioração da fachada.
Possibilidade de recuperação
No processo de pedido de demolição há também um parecer técnico da Defesa Civil de Blumenau. Diz o documento que após análise dos laudos técnicos apresentados pelo proprietário, foi constatado “que a estrutura necessita de urgente intervenção, que seja pela demolição, ou pela recuperação estrutural e estabilização de sua estrutura”. O mesmo documento diz que há necessidade de outra análise técnica para avaliar se a fachada pode ser restaurada ou não.
Outro documento que faz parte do processo é um parecer da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano. Nele, arquitetos da prefeitura dizem que é importante proteger a fachada para preservar a paisagem, a memória coletiva, a história e a cultura da cidade e da região. Também lembra que a solução hoje usada para dar sustentação à estrutura foi elaborada por um “profissional responsável técnico habilitado”.
Os arquitetos da secretaria que assinaram o parecer recomendam a contratação de um profissional especializado para garantir a estabilização da estrutura. Isso porque nenhum dos laudos apresentados pelo proprietário diz que é impossível recuperar a fachada. Outra recomendação, também feita pela Defesa Civil, é a de que se tomem as providências necessárias para garantir a segurança dos pedestres e no entorno até a finalização das obras de recuperação.
Todos esses documentos serão avaliados pelos conselheiro e devem dar base à decisão de aprovar ou não a demolição. Enquanto não há definição, o proprietário cercou o terreno com tapumes para evitar a circulação de estranhos no local.
O pedido de demolição deve ser avaliado na próxima reunião do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural Edificado (Cope) agendada para maio.
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Sobre o Pancho
Sou jornalista formado pela Universidade do Vale Itajaí (Univali) e atuo como profissional desde 1999. Fui repórter...
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Prédios velhos que só atrapalham tem que derrubar. Blumenau tem tanto prédio antigo caindo aos pedaços que dá vergonha em vez de orgulho, além de ser empecilhos para quem quer investir no local dos destroços. Falam tanto em preservação e esquecem que a cidade precisa de investimentos privados para o poder público existir.
Ridículo o poder público ficar perdendo tempo e gastando dinheiro público para esse tipo de discussão. Se fosse bonito ainda, mas é uma fachada ridícula.
[…] 09/04/2021 3 min de leitura […]
NÃO concordo. Até na EUROPA se mantém as fachadas antigas, que representam a memória histórica, às vezes até medieval . Sem contar que o que se tem construído em Blumenau, após derrubarem tudo em um terreno, são caixas quadradas, cheias de vidros, sempre iguais e ridículas.
Espero mesmo que seja recuperada a fachada. Faz parte do acervo hisórico da cidade. Em todo lugar faz-se necessária a preservação histórica. O proprietário qdo comprou sabia q se tratava de um patrimônio histórico.
[…] 09/04/2021 3 min de leitura […]