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Covid-19: sem testes, conscientização ou novas restrições, vacina é a única esperança de amenizar nova onda 


A prefeitura de Blumenau registrou nesta quinta-feira mais um dia de crescimento na média móvel de novos casos diários de covid-19. Foram 127 diagnósticos e uma média móvel de 137 novos casos por dia, número 54% maior que o registrado há duas semanas. Lembrando que índices de crescimento acima de 15% nesse intervalo mostram que a pandemia ganha força na cidade.

A média móvel é a maior dos últimos 71 dias e o índice de crescimento, o maior dos últimos 113 dias. Não há dúvida, portanto, que os números estão aumentando e, tudo indica, dão origem a uma nova onda da doença na cidade.

Se levarmos em conta os números de novos casos diários, estamos em situação semelhante à do dia 4 de fevereiro, quando o gráfico também registrava o início de uma nova onda. Naquele dia a média móvel de novos casos era exatamente a mesma desta quinta: 137. O crescimento de mais de 50% naquela época ocorreu apenas dois dias mais tarde.


A diferença é que no dia 4 de fevereiro havia 35 pacientes em leitos de UTI em Blumenau, 13 menos que o registrado nesta quinta. A onda que começava naquela data teve seu pico de internações em UTI no dia 5 de abril, quando 87 pacientes estavam internados.


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Evolução de hoje é semelhante a de 4 de fevereiro. Datas estão destacadas no gráfico.

Supondo que a evolução da doença seja semelhante a da onda anterior, poderemos ter no próximo pico cerca de 100 pacientes internados em leitos de terapia intensiva. Os mesmos 87 da onda anterior somados dos 13 que hoje temos a mais. O problema é que nossa capacidade total, incluindo os leitos de guerra, é de 94 leitos de UTI.

Ou seja, se o cenário que começa a se formar for semelhante ao do início do ano, alguns pacientes deixariam de ser atendidos em Blumenau. Ou eles seriam transferidos para outras cidades, se houver disponibilidade, ou permaneceriam na fila pelo atendimento adequado.

Impacto menor

Há alguns fatores a considerar nessa transposição de dados. Hoje, diferente do que ocorria em fevereiro, temos a vacinação em andamento o que pode amenizar a situação. Principalmente pelo fato de boa parte da população com mais de 60 anos ter recebido uma ou duas doses. Como sabemos, os idosos são mais vulneráveis e respondem por parcela importante das internações. Uma vez vacinados, essa parcela deve diminuir.


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Além da vacinação, outros três fatores poderiam ajudar a tornar o cenário menos preocupante. O primeiro deles é a adoção de medidas mais restritivas que as adotadas na onda anterior. O problema é que até o momento não há indicativos por parte do governo estadual ou municipal de que isso pode acontecer. Também não há sinais de que a testagem será intensificada, o que ajudaria a isolar mais casos, especialmente os assintomáticos.

O terceiro fator é a possibilidade de a população tomar mais cuidado que no início do ano. Se mais gente levar a sério as recomendações de ficar em casa sempre que possível, usar máscaras, lavar as mãos com frequência e manter distância das pessoas, menos o vírus vai se espalhar e menor o impacto dele na saúde da população em geral.

A pergunta é: estamos dispostos a isso? Pelo histórico, penso que teremos que torcer para que a vacina faça o efeito desejado. Mesmo sem ter chegado à maioria da população.

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