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Conselho aprova a demolição da fachada com arcos do antigo prédio do Jornal de Santa Catarina 

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Arcos da fachada que ganharam autorização para a demolição. Foto: Pancho, arquivo

O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural Edificado (Cope) aprovou a demolição dos arcos da fachada que marcaram o antigo prédio do Jornal de Santa Catarina e da Fábrica de Chapéus Nelsa, na Rua São Paulo, construído em 1940. A votação ocorreu na tarde desta quarta-feira no salão nobre da prefeitura de Blumenau, durante a primeira reunião do ano do conselho.

A votação teve apenas um voto contra, da representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). A demolição em si ainda depende do trâmite em órgãos da prefeitura, mas um representante do proprietário já pediu celeridade nesse processo.

O pedido de demolição foi feito pelo proprietário do imóvel. O proprietário apresentou três laudos técnicos que recomendam a demolição, principalmente, pelo estado precário da estrutura e pela falta de segurança. A mesma conclusão está em um relatório solicitado à Defesa Civil do município.

A prefeitura também contratou um laudo técnico. Como os demais, o documento recomenda a demolição, mas considera a possibilidade de um robusto reforço estrutural completo, a ser projetado especificamente para manter os arcos. O engenheiro que assina o documento avalia que o serviço exigiria um grande investimento e teria resultado duvidoso.

Também foi apresentado um relatório técnico da Defesa Civil de Blumenau recomendando a intervenção para a segurança de quem passa pelo local.

Pela preservação

Em abril do ano passado, pelo menos três entidades da cidade se manifestaram contrárias à demolição ao saberem do pedido encaminhado à prefeitura. Instituto de Arquitetos do Brasil( IAB), o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Regional de Blumenau (Furb) e o Centro Acadêmico de Arquitetura da Furb (Cenarq) entendem que a fachada tem valor histórico para a cidade.

A estrutura simboliza a mudança de uma Blumenau rural para a modernidade. O imóvel também seria integrante do segundo processo de industrialização da cidade, “marco importante para o resgate da memória e identidade blumenauense”.

Outro argumento era o fato de que o prédio é projeto de Simon Gramlich, arquiteto que também foi responsável por grandes obras religiosas, comerciais e residenciais na região. Por fim, as entidades destacaram o protagonismo feminino na fábrica de chapéus por meio de Elsa Leder.

Histórico

O prédio foi construído na década de 1940 e, justamente pelo histórico, é classificado como de interesse cultural pela prefeitura. Por isso, o pedido de demolição tem que ser avaliado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural Edificado (Cope). Em 2019 o prédio foi destruído por um incêndio, e apenas essa parte da estrutura ficou de pé.

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O proprietário do imóvel já havia entrado com um processo na prefeitura para construir uma espécie de boulevard gastronômico e comercial no local. A ideia inicial era aproveitar a fachada remanescente, dando destaque aos arcos e à história da edificação.

Por duas vezes o projeto foi negado pelo Cope, que pedia algumas alterações. Depois das duas negativas, o empreendedor contratou um estudo mais aprofundado da condição dos arcos, que concluiu pela necessidade da demolição.

Com a demolição autorizada, um novo projeto deve ser apresentado para tramitação e aprovação na prefeitura. A ideia segue a mesma: uma espécie de boulevard comercial e gastronômico, desta vez, sem os arcos da fachada histórica.

3 Comments

  1. Doma Arquitetura: o escritório que conquistou 1 milhão de inscritos no Youtube | CAU/BR

    […] Pancho: Conselho do Patrimônio aprova a demolição da fachada com arcos do antigo prédio do Jornal de San… […]

  2. Paulo Almeida Reis

    Sinceramente, uma pena perdermos isto, visto que o projeto do boulevard ficou incrível com eles. Porém, 3 laudos indicando a demolição sendo um deles até falando que uma intervenção cara poderia ser duvidosa quanto a integridade, não podem ser simplesmente ignorados. Uma dica é refazê-los com um método moderno que se integre a nova estrutura, uma réplica contemporânea para mostrar o apreço pela estrutura e peso histórico. Duvido que os proprietários tenham ficado felizes com a questão da demolição, até tentaram mantê-los nos projetos anteriores. Segurança sempre em primeiro lugar.

  3. Daisi

    Pois é, mais um pequeno detalhe (os arcos) deixam de ter importância para conservação da memória de nossa amada cidade!!!! Esse povo que quer essa destruição, já esteve na Europa? Em Basiléia tem uma grande loja de queijos, cuja parede frontal data de 1400 e ostenta com orgulho essa placa informando essa data!!’ Só para ignorantes nossos arcos não podem ser conservados, pelos custos advindos desse procedimento. Espero que os arcos não percam para essas “lindas” frentes de vidro tão modernas agora em Blumenau!!!!!

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