Um fator importante na duplicação da BR-470 pode ajudar a definir tecnicamente o destino dos R$ 200 milhões que o governo estadual pretende investir na obra. Estamos falando das desapropriações que ainda são necessárias para abrir novas frentes de trabalho.
Um documento redigido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) e que está no processo aberto para que a União avalie a oferta do governo do estado traz em detalhes o que falta ser desapropriado. Fica claro que é muito mais fácil avançar com obras nos lotes 1 e 2, entre Navegantes e Gaspar, do que nos lotes 3 e 4, entre Gaspar e Indaial.
Nos lotes 1 e 2 há 37 áreas aguardando desapropriação, o que demanda investimento de R$ 6 milhões. Já nos lotes 3 e 4 são 447 as áreas que ainda precisam ser desapropriadas a um custo aproximado de R$ 130 milhões. O documento é de março, mas não há notícia de que algo tenha sido desapropriado de lá para cá. Vale lembrar que o dinheiro oferecido pelo governo do estado só pode ser aplicado em execução de obras e não em desapropriações.
Analisando os números, fica claro que o dinheiro oferecido pelo estado seria mais rapidamente aplicado nos lotes 1 e 2 do que nos lotes 3 e 4. Se queremos resultados e trechos concluídos para agilizar o deslocamento e aumentar a segurança o mais rapidamente possível, optaria-se pelos lotes 1 e 2.
Reunião
Essa novela sem fim e que só prejudica o cidadão catarinense terá um importante capítulo nesta segunda-feira. Lideranças empresariais e políticas da região estarão à tarde na sede da Associação Empresarial de Blumenau (Acib) para ouvir o superintendente catarinense do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), Ronaldo Carioni Barbosa. Querem saber dele porque o governo federal insiste em aplicar o dinheiro nos quatro lotes e não apenas nos lotes 1 e 2, como quer o governo estadual.
A escolha do governador Carlos Moisés tem justificativa. Segundo ele, com esse dinheiro seria possível concluir o trecho entre Navegantes e Gaspar em 2022. Com isso, a União poderia investir o dinheiro previsto no orçamento nos lotes 3 e 4, o que adiantaria um bocado os trabalhos por lá. A opção do estado tem apoio das lideranças regionais.
Demora inadmissível
O governo estadual oficializou em fevereiro a intenção de investir os R$ 200 milhões na duplicação da nossa principal rodovia federal. Devido ao impasse, o dinheiro está parado no caixa até agora. Há por trás de toda essa novela interesses políticos em jogo. Especificamente uma disputa entre dois possíveis candidatos a governador no ano que vem: o governador Carlos Moisés e o senador Jorginho Mello, fiel escudeiro do presidente Bolsonaro.
Dizem que Carioni trará argumentos técnicos para convencer as lideranças de que o melhor para a duplicação seria distribuir os R$ 200 milhões nos quatro lotes. Se há argumentos técnicos, devem ser esclarecidos o quanto antes. O que não podemos mais é manter R$ 200 milhões parados no caixa por questões políticas. Como toda essa demora, perderão os dois, Moisés e Mello. E nós, obviamente.
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Sobre o Pancho
Sou jornalista formado pela Universidade do Vale Itajaí (Univali) e atuo como profissional desde 1999. Fui repórter...
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