O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural Edificado (Cope) analisa nesta quarta-feira, pela segunda vez, o projeto de uma nova loja da Havan no Centro Histórico de Blumenau. O Cope analisa o impacto de novos empreendimentos e construções nos imóveis dos arredores que são tombados, ou seja, protegidos pela importância histórica e cultural.
Na primeira análise, em maio, muitos conselheiros se manifestaram contrários à arquitetura da loja. Disseram que o espaço de valor histórico não deveria abrigar uma construção com fachada semelhante à da Casa Branca, residência oficial do presidente dos Estados Unidos.
Na ocasião não houve votação. Diante das manifestações contrárias, o presidente do conselho e secretário municipal de Planejamento Urbano, Éder Boron, sugeriu a retirada do projeto para que ele fosse alterado e reapresentado.
O projeto a ser analisado nesta quarta não sofreu mudanças. Está mantida a fachada tradicional da rede varejista. O que mudou, pelo visto, foi a pressão dos interessados sobre as entidades que compõem o conselho e a composição do grupo. Segundo o colunista Evandro de Assis, da NSC, um trabalho de bastidores da rede varejista e da própria prefeitura evoluiu nos últimos dias para reverter a tendência de rejeição e aumentar o apoio à instalação da loja. Se vai dar certo, saberemos na tarde desta quarta.
Argumentos questionáveis
Há dois argumentos usados pelos favoráveis ao empreendimento. O primeiro é a geração de empregos e de mais impostos para a cidade. O segundo é o fato de que parte do Centro Histórico está abandonada. Nesse sentido, uma loja da Havan devolveria o movimento que a região merece ter.
O primeiro argumento é questionável. Há indícios de que a nova loja representaria apenas a mudança da loja que já existe no Neumarkt Shopping. Escrevi sobre o tema no mês de maio. Se assim for, a Havan do Centro Histórico receberia o estoque, os colaboradores e parte da estrutura que hoje estão no centro comercial.
Em relação ao parcial abandono do Centro Histórico, o argumento é mais forte que o econômico. Basta passar pelo local para perceber que não houve por parte da prefeitura ou da iniciativa privada movimentação suficiente para devolver à importante região o protagonismo que ela merece.
O fato é que uma “réplica” da Casa Branca de fato nada agregaria à bela paisagem que ainda sobrevive na região da Rua das Palmeiras. É possível que o movimento de pedestres aumente, que a iluminação melhore, dando mais sensação de segurança, mas tudo isso poderia ser providenciado de outras formas, sem a necessidade de manchar o patrimônio paisagístico do Centro Histórico da cidade.
Potencial desprezado
Infelizmente o poder público perdeu a oportunidade de discutir o futuro dessa região visando o melhor aproveitamento dela para a convivência e o bem-estar dos blumenauenses e dos nossos visitantes. Uma cidade que se diz turística não despreza tamanho potencial e aproveitaria melhor o Centro Histórico, transformando-o em uma verdadeira atração.
As pressões em torno da votação, quando ocorrem sem qualquer tipo de ameaça ou coação, são parte do processo natural dessas decisões. Trocas nos conselhos são relativamente corriqueiras, mas as que ocorreram recentemente no Cope deixam clara a posição da prefeitura em relação à loja.
O resultado da votação saberemos logo mais. Se a tendência de rejeição for revertida, será dado o primeiro passo para a aprovação do projeto e emissão do alvará de construção. Mas também será o primeiro passo para a descaracterização definitiva de um espaço carregado de valor histórico e cultural e com um enorme e desprezado potencial turístico.
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Sobre o Pancho
Sou jornalista formado pela Universidade do Vale Itajaí (Univali) e atuo como profissional desde 1999. Fui repórter...
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Vivemos um tempo de ganância exacerbada. Querem tudo e a todos! Essa arquitetura da Havan é um complexo de vira lata do brasileiro que acha que os EUA é um exemplo. Pode até ser um exemplo! Mas um exemplo onde o meio ambiente e o patrimônio histórico são obstáculos para sua ganância insaciável. O Centro Histórico precisa ser protegido dessa gente. A cidade precisa dizer, NÃO! A essa obra que vai com certeza ENFEAR o nosso combalido centro histórico. Ali precisa ser uma grande praça seja para a prática do esporte ao ar livre e adaptando-a para os encontros políticos e artísticos da cidade.
Concordo com Celso. Não é o momento para acariciar o ego do Sr.Luciano. DESNECESSARIO e INADMISSIVEL , NESTE LOCAL. Bom senso por favor senhores “desadministradores ” e “pressionadores de plantão ” . CONTRA! CONTRA! CONTRA.
E convenhamos, há muitos empregos ofertados. As agências estão com “N” ofertas.MAIS UMA HAVAN, não vai servir de bóia salva-empregos.
Sabemos que muitas pessoas “escolhem “.
Ninguém se envolve até aparecer a oportunidade de contrariar quem se atreve a investir!
Discordo.
Já outros lugares. Ele que construa no Progresso…. …no.morro da dona Edith
ALI – N A O !
A posição da Prefeitura é de uma mão lava a outra, já que existe há pelo menos 3 anos uma abertura dentro da prefeitura para que a havan seja patrocinadora da Rota de Lazer aos domingos na XV de Novembro. Essa ideia ridícula e verdadeiro insulto à cultura é o velho toma lá dá cá.
APOIADA!
CONCORDO PLENANENTE!
PORQUE ELE NAO REERGUE EM GASPAR! VAI AFUNDAR DE NOVO?
Eu acho que a prefeitura deveria fazer um grande projeto, baseado na arquitetura germânica e revitalizar toda a área do Centro Histórico. Inclusive, que já está tarde, é recuperar as duas casas que estão ao lado da Câmara de Vereadores. Elas estão caindo aos pedaços e enfeiando a entrada da cidade. O edifício América também já está mais do que na hora de resolver.
Outra vergonha para a cidade de Blumenau, também no Centro Histórico, é a praça Hercílio Luz, seu piso totalmente desfalcado e sujo, praça sem flores, árvores mal cuidadas, ou seja não digno de receber o blumenauense e muito menos o turista.