Os três hospitais de Blumenau anunciaram nesta terça-feira que preparam a adoção de um protocolo para escolher quem terá preferência sobre os demais nas filas por um leito de UTI. A medida foi necessária porque é cada vez menor a disponibilidade de atendimento nos hospitais. Faltam recursos humanos e materiais para atender a todos se o número de internações seguir em alta.
Terão prioridade os pacientes que têm mais tempo de vida pela frente e maior probabilidade de sobreviver ao tratamento. Com isso, jovens saudáveis estarão na parte da frente da fila e idosos com doenças pré-existentes, no final. A explicação é simplista, mas na verdade há uma série de aspectos a serem observados.
Os hospitais Santa Catarina, Santa Isabel e Santo Antônio nada mais fizeram do que adotar critérios muito claros em relação a quem tem preferência no atendimento. Na cruel e desumana dúvida de escolher quem deve ser socorrido, a regra está posta e deve imperar.
Algo semelhante deveria ter sido adotado pelos governos desde o início. Lembro-me bem da primeira conversa que tive com o médico infectologista Amaury Mielle no início da pandemia. A principal queixa dele era justamente essa falta de critérios. Regras muito claras deveriam ser estabelecidas desde o início para organizar a vida de todos. Principalmente em relação às restrições que tanto afetam a economia.
O governo do Estado até criou a avaliação de risco potencial por regiões, mas com critérios pouco acessiveis para a maior parte da população. Além disso no mais alto nível de risco as restrições ainda são modestas. Com isso o Estado deixou para os municípios a árdua e desgastante tarefa de impor restições mais severas e, na maioria dos casos, sem parâmetros bem definidos.
Se houvesse uma regra que obrigasse o comércio a fechar as portas nos finais de semana quando a ocupação de UTI chegasse a determinado patamar, seria mais fácil prever e programar os tempos difíceis. Mas o poder público prefere a surpresa, influenciada pela imprecisa e oscilante pressão de parte da população — especialmente quando vista como eleitores — e de setores públicos e privados cujos interesses podem até ser legítimos, mas não em época de pandemia.
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Sobre o Pancho
Sou jornalista formado pela Universidade do Vale Itajaí (Univali) e atuo como profissional desde 1999. Fui repórter...
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É triste chegar a este ponto e injusto o jovem q foi p balada ter direito a UTI e o idoso q ficou em casa não.
Quem sai p balada não deveria ter prioridade a UTI. Sabem do risco, estão indo por opção.
[…] 16/03/2021 2 min de leitura […]