Carmelita Mafra, 74, nasceu em Bom Retiro, na Serra Catarinense. O pai trabalhava na roça e a mãe cuidava dos 13 filhos que teve. A família se mudava com frequência e aos 16 anos ela veio para Blumenau com três irmãos tentar a sorte na cidade. Eles moraram no porão da casa de um tio com fogareiro de quatro tijolos e camas improvisadas. Em pouco tempo ela e outros irmãos conseguiram trabalho na Empresa Industrial Garcia. Carmelita trabalhava na Fiação. Os pais vieram um mês depois com a casa desmontada no caminhão. Um chão foi comprado na Vila Iná, no Zendron, e até que a casa fosse montada, a mudança e a família ficou embaixo de um pé de Ingá. Logo um vizinho ofereceu casa temporária e um trabalho para o pai. Ela se casou aos 23 anos com um conterrâneo que trabalhava na Schwanke. O jovem casal foi morar na Rua Araranguá e, mais tarde, no bairro Água Verde. Antes, ela chegou a trabalhar na Mafisa, mas quando nasceu o primeiro dos cinco filhos ficou em casa para cuidar do bebê. O marido morreu de parada cardíaca aos 36 anos. Carmelita voltou a trabalhar, desta vez como faxineira e costureira na Hering. A bronquite a afastou do trabalho algumas vezes até que se aposentou. Abriu em casa uma creche domiciliar. Nesse período adotou uma criança e ajudou a criar outras tantas. Algumas quase como filhos. Vendeu a casa e foi para o Ribeirão Branco, no Passo Manso. Começou a cuidar de doentes e idosos, trabalho que só deixou há poucos anos. Depois do Passo Manso viveu no Água Verde e agora está no bairro Progresso. Foi catequista, faz parte da Pastoral Carcerária e é voluntária na cozinha comunitária Bom Pastor, do padre João Bachmann. Tem 13 netos e meia dúzia de bisnetos. Nunca se casou novamente. Preferiu cuidar da família. Nas horas de folga gosta de plantar flores. Quer que Deus continue lhe dando forças para ajudar os outros.
Data da foto e entrevista: 19 de maio de 2017
Ouça abaixo um pouco da voz de Carmelita
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Sobre o Pancho
Sou jornalista formado pela Universidade do Vale Itajaí (Univali) e atuo como profissional desde 1999. Fui repórter...
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Minha linda vózinha.. Fui uma das crianças que morou com ela durante os 7 primeiros anos da vida.. Até hoje tenho ela como vó.. E a amo muito. Uma pessoa que fez muito pelos outros e ainda faz como pode para ajudar.
Obrigado pela sugestão, Raissa. Vida inspiradora! 😉
Sou filha adotiva dessa grande pequena mulher de fibra,orgulho de chama-la de mãe…..merecida a homenagem…parabens pancho