Parte importante da nossa história está mais uma vez exposta graças às máquinas que escavam nossas ruas. Desta vez foi na Rua Bahia que um trilho da antiga estrada de ferro foi revelado. Enterrado em um barranco pouco depois da Rua Gustav Salinger, ele ganhou a luz do dia durante os trabalhos de revitalização da via.
Foi o servidor público Glauco Espíndola quem filmou o pedaço de ferro que guiava, em décadas passadas, a locomotiva e os vagões que ela puxava. Ele caminhava pela calçada com o cachorro, no sábado, quando percebeu o achado.
Não é raro acontecer. Em 2011, por exemplo, trilhos foram encontrados na Rua Adolfo José dos Santos por operários que trabalhavam na instalação da rede de esgoto no bairro Itoupava Seca. A via dá acesso ao campus 2 da Universidade Regional de Blumenau (Furb), onde até o início da década de 1970 funcionava a oficina da Estrada de Ferro de Santa Catarina (EFSC).
O secretário municipal de Cultura, Rodrigo Ramos, já manifestou interesse no material. Quer aproveitá-lo de alguma forma para resgatar e perpetuar a história do desenvolvimento da nossa região que está diretamente ligada à ferrovia que cruzou o Vale em décadas passadas.
Alerta e oportunidade
Pode até não ser um achado tão relevante. Afinal, ainda temos pontes (de Ferro e dos Arcos) que faziam parte da ferrovia. Temos casas e estruturas que eram usadas como estação, como a que fica na Rua Itajaí, em frente ao Clube Blumenauense de Caça e Tiro, e a casa da Avenida Martin Luther que hoje é ocupada por uma clínica veterinária.
Mais do que uma grande descoberta, os trilhos hoje expostos servem de alerta para a necessidade de resgatarmos uma história que deve ser lembrada por toda a comunidade. Não só pela importância que ela teve para o ir e vir de nossas riquezas e pessoas, mas também pelo fato de termos dado as costas a este importante meio de locomoção, abrindo mão de algo que hoje faz muita falta.
Que o interesse do nosso secretário de Cultura se converta, no mínimo, em uma ideia embrionária do que pode vir a ser um importante museu ou qualquer outra maneira de melhor aproveitar todo esse material remanescente da nossa estrada de ferro. A cidade merece e, certamente, ajudaria a consolidar o perfil turístico que ela tanto almeja.
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Sobre o Pancho
Sou jornalista formado pela Universidade do Vale Itajaí (Univali) e atuo como profissional desde 1999. Fui repórter...
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Um trilho abandonado?. E os milhares de trilhos e dormentes da linha desativada, o que houve com eles? ROUBADOS É O QUE CERTAMENTE FORAM.
Foram vendidos após a desativação pelo governo federal, quem retirou a parte “fácil” foi a Barranco &Cia, vencedora da licitação, quase levaram a ponte do centro tb! E mais algumas que só ficaram por que a comunidade se mobilizou!
A macuca , o vapor Blumenau, apodreçe dia a dia, e quando reformam descaracterizam de sua naturalidade,
agora preservar um pedaço do trilho, parabéns, quem sabe o trilho seje mais cuidado que a macuca, e a clinica veterinaria que usa a estação da estrada de ferro ,esta conservando o imovel ,parabéns.
Gostei das informações sobre o trem tenho poucas lembranças desse tempo nasci em 1966
Esse alerta é antigo. escrevemos sobre isto desde a década de 1990, rendendo até dois livros.
Faltam orelhas para dar atenção.
Vamos ver o que farão com a Macuca.
Fica localizado na encosta do morro da Rua Caramuru. Onde há alguns anos, haviam encontrado parte destes trilhos, na saída da rua, por conta de uma obre de saneamento.
Meu pai me falou uma frase esses dias que me marcou: A gente pisa no sangue e e suor dos nossos antepassados.
Pq não aproveita que estam mexendo na rua Bahia e achando os trilhos do trem e não revitazam a via? Se fizerem um trecho pode até ser usado como atração turística. Existe 2 trechos q poderiam ser revitalizados de forma simples: um deles este , da rua Bahia até a R. Benjamim Constant e outro trecho do SESI até a FURB ITOUPAVA SECA Neste trecho , se reconstruída e os trechos da ponte dos arcos destruída e colocação de trilhos, poderia ter esse trecho convertido em atração turística, vlt, trens mmo. Com apoio da Associação de preservação ferroviária e a comunidade, poderíamos preservar e valorizar mais Blumenau.
Meu filho escreveu um livro intitulado Vagões de lembranças.
Um livro que mexe com a história de que vivenciou este momento único.
Excelente registro, por sinal! Está na minha prateleira! 🙂