Georg Niels Rudolf Kahrbeck, 86 anos, nasceu em Hamburgo (Alemanha). O pai era comerciante, dono de uma loja de artigos masculinos, e a mãe, brasileira, descendente de alemães e dona de casa. É o mais velho dos três filhos que teve o casal. Georg tinha sete anos quando começou a 2ª Guerra Mundial. O pai perdeu a loja três vezes em bombardeios. A família ficou em Hamburgo até 1943, quando começaram os terríveis ataques com bombas incendiárias que arrasaram a cidade. Eles foram levados para o Sul da Alemanha, onde viveram em pequenas cidades até o fim da guerra. Em 1947 a família veio para o Brasil no navio Santarém. Um mês de viagem. Foi morar no Rio de Janeiro, na Ilha do Governador, onde viviam os avós maternos. O pai era prisioneiro de guerra e só conseguiu viajar um ano mais tarde. Em 1948, aos 17 anos, Georg foi para Blumenau onde se falava alemão e os avós tinham conhecidos. Alugou um quarto numa casa da Rua São Paulo e consegui trabalho como mecânico na Auto Viação Catarinense. O restante da família o seguiu em 1950, pouco antes de ele ir para São Paulo trabalhar com um tio que tinha uma malharia. A mãe foi uma das fundadoras da loja Flamingo. Na capital paulista Georg morou na Água Branca e trabalhou em diversas empresas do ramo cuidando das máquinas. Em 1954 foi para Belo Horizonte trabalhar em outra malharia. Três anos mais tarde voltava para Blumenau. Os pais haviam se separado e ele queria ficar com a mãe que deixou o marido retornar para a Alemanha. Ela se afastou da Flamingo e ele foi trabalhar na Malharia Itoupava, na Itoupava Norte. Dois anos depois recebeu proposta para trabalhar na Artex, onde ficou por 30 anos e se aposentou. Trabalhou na produção, no desenvolvimento de produtos e na exportação. Casou-se em 1960. Conheceu a esposa na igreja luterana, onde ela era organista. Ficou viúvo há 20 anos. Hoje vive no bairro Vila Nova com a segunda esposa, que conheceu numa viagem. Tem uma filha do primeiro casamento, três netos e outros três netos da atual esposa. Fez parte de um grupo teatral amador em alemão. Também integrou a orquestra do maestro Heinz Geyer, como coralista e percussionista. Hoje ainda integra o coro misto do Centro Cultural 25 de Julho e há três anos está no coro masculino que apresenta na Oktoberfest o espetáculo “Encontro dos Velhos Camaradas”. O sonho de ser engenheiro em ferrovias alemãs ele transformou em hobby. Do computador ele comanda comboios férreos em um simulador de ferrovia desenvolvido por amadores alemães. Não tem planos para o futuro. “Nessa idade temos que aproveitar o momento”.
Data da foto e entrevista: 4 de outubro de 2017
Ouça abaixo um pouco da voz de Georg
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Sobre o Pancho
Sou jornalista formado pela Universidade do Vale Itajaí (Univali) e atuo como profissional desde 1999. Fui repórter...
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Um gigantesco exemplo!! Que tenha muitos anos de vida pela frente!