Alda Schlemm Niemeyer nasceu em Joinville (SC) no ano de 1920. O pai era comerciante e a mãe, dona de casa. Com pouco mais de um ano de idade seguiu com a mãe e a irmã mais nova para Curitiba, logo depois de o pai morrer. Lá viveu até os 18 anos, quando viajou para a Alemanha. Passaria quatro meses para conhecer o país e acabou ficando quase nove anos por causa da 2ª Guerra Mundial. Como não conseguia voltar, decidiu estudar Enfermagem. Listada na Cruz Vermelha, trabalhou numa grande clínica dentária. Os plantões nos hospitais de guerra revelaram cenas tristes e inesquecíveis. Viu, viveu e sobreviveu ao bombardeio de fevereiro de 1945 sobre a cidade de Dresden, quando 25 mil pessoas morreram. Na Alemanha ela se casou com um capitão da organização Todt e lá teve dois filhos. Em 1947 voltou para Curitiba com as crianças. O marido veio mais tarde. Tiveram mais um filho e depois se separaram. Ainda em Curitiba, casou-se novamente, teve o quarto filho e em 1956 a família veio para Blumenau. O marido foi assistente do médico Paulo Mayerle. Ela teve mais dois filhos e trabalhou com serviço social nas Soroptimistas e na Sociedade de Senhoras Evangélicas. Em 1967, depois da morte de um dos filhos, decidiu ser radioamadora, atividade que conheceu quando criança na casa do tio em Joinville. Com o microfone nas mãos prestou importantes serviços de comunicação durantes as grandes enchentes de 1983 e 1984, pelos quais é reconhecida até hoje. Além dos seis filhos (quatro estão vivos), ela tem nove netos e 10 bisnetos. Um dos filhos morreu aos 23 anos intoxicado com monóxido de carbono de um aquecedor de ambientes. O outro morreu aos 53 anos vítima de infecção generalizada enquanto trabalhava como engenheiro em Trinidad e Tobago. Lúcida, Dona Alda teve um infarto em 2016 que limitou alguns movimentos. Vive no bairro Ponta Aguda e diz que no futuro, o que tiver que ser feito, será feito.
Data da foto e entrevista: 9 de fevereiro de 2017
Ouça a voz de Alda abaixo
3 Comments
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Sobre o Pancho
Sou jornalista formado pela Universidade do Vale Itajaí (Univali) e atuo como profissional desde 1999. Fui repórter...
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Parabéns Sra. Alda.
A Senhora é certamente uma das muito poucas pessoas que chegou a essa idade com essa condição física.
Att
Hans Schadrack
Assisti vários vídeos dessa grande mulher, fiquei impressionada com tudo que ela viveu e fez , todos os elogios pra ela é pouco…parabéns por ser brasileira!
Sra .Alda, meus cumprimentos respeitosos pela sua luta, resiliência e força pessoal.